Arcano 3 - A Imperatriz

22.7.08

A Lua

Tenho experimentado o Nada, em alguns dia de recesso em Pirenópolis, Goiás.

Fazer Nada permite-me estar em contato com minha essência, de uma forma diferente daquela que consigo em Brasília, porque lá tudo é diferente.

Sou, como A Lua - o Arcano XVIII - muito intuitiva e, como A Lua, sou de fases, aliás, como todas as mulheres também o são, embora algumas neguem veementemente essa característica tão feminina.

No Tarot, A Lua é a terceira face da Deusa Tríplice. As três fases são as três idades da mulher: a fase crescente representa a Donzela, que é o Arcano II, A Grande Sacerdotisa; a lua cheia é a Mãe, que é o Arcano III, A Imperatriz; e fase minguante é Anciã, que é o Arcano XVIII, A Lua. Esta sou eu, posto que já tive menopausa.

Embora não me sinta para nada uma pessoa idosa - e não o sou - biologicamente já pertenço a essa classe muito interessante de mulheres sábias.

A Lua traz uma impressionante conexão com o Sagrado Feminino, que cultivo. É um Arcano muito associado ao culto à Deusa, especialmente por estar ligada aos rituais lunares, os esbaths, realizados no plenilúnio, que é a lua cheia.

A Lua é a regente do inconsciente - coletivo ou individual - e, assim, refere-se ao que está "oculto" da mente objetiva. Por isso, algumas pessoas associam esse Arcano ao mundo das ilusões e às falsidades, tramóias e embustes enngendrados na calada da noite.

Contudo, isso não é assim. A Lua permite a conexão do inconsciente com o consciente, revela o que está oculto, amenizando, nessa comunicação, os tons do texto que o mundo objetivo, "real", visível e tangível às vezes escreve de forma dura, seca e fria.

Nessa tarefa de revelar uma realidade que ainda não foi tornada consciente, A Lua utiliza lança mão de recursos como a clarividência e a clariaudiência; a percepção extra-sensorial; a precoginição; e a intuição, entre outros.

Ainda, a Lua refere-se a um importante conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung: a sincronicidade, que define acontecimentos que estão articulados entre si, não por uma relação de causa e efeito, mas por uma relação de significado. A essa articulação, Jung deu o nome de "coincidência significativa".

A sincronicidade é reveladora, mas é necessário que seja compreendida e essa compreensão, que Jung chamou de insight, deve ser espontânea, desprovida de racionalização.

Aliás, A Lua pode ser tudo, menos racionalização. Ao contrário, é sensibilidade, emoção, sentimento, cuja intensidade varia conforme a fase lunar.

Por isso o Arcano XVIII pede que se experimente o Nada. Porque a luz que vem de dentro, ainda que pareça ser o reflexo da luz que vem de fora, é a luz que realmente vale.

Blessed be!

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